sábado, 13 de outubro de 2012

ALGUNS DADOS SOBRE A VIDA DO PADRE GREGÓRIO



DIA – 10 de Janeiro


MOTIVO – a) Nasceu a 10 de Janeiro de 1904

b) Faleceu a 10 de Janeiro de 1980


SEPULTADO - Cemitério do Alto de S. João, em Lisboa. Diz no jazigo “Jazigo de Paulo A. Monteiro e sua família – memória do seu querido sobrinho José Monteiro” (anexos 1 a 3)


ORAÇÃO - Ó Deus, que pela mediação da Santíssima Virgem, concedestes inúmeras graças ao zeloso Padre Gregório, Missionário fidelíssimo,Exorcista poderoso e Fundador da Obra para as crianças em risco, testemunho do Vosso grande amor pela humanidade, fazei com que eu também saiba converter todos os momentos da minha vida em ocasião de Vos amar e servir, com alegria e simplicidade, a Igreja, o Santo Padre e todos os homens, iluminando os caminhos da terra com a luz da fé e do amor.Dignai-Vos glorificar o Vosso servo Padre Gregório Verdonk e concedei-me, por sua intercessão, a graça que Vos peço (pedido de graça) por Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus conVosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

Pai nosso, Avé Maria, Glória ao Pai


O SERVO DE DEUS E PORTUGAL - Veio para Portugal, em 30 de Janeiro de 1939. Viveu no Seminário dos Olivais e, depois, na Penha de França, em Lisboa, onde veio a morrer, aureolado pelo perfume da santidade, a 10 de Janeiro de 1980. Como membro da Congregação dos Sagrados Corações, pertenceu à primeira equipa de missionários, da mesma Congregação, que pregaram, de 1958 a 1965, no Patriarcado, as Missões Paroquiais. Essas Missões, faziam parte do plano do levantamento espiritual que D. Manuel Gonçalves Cerejeira quis fazer na sua Diocese, muito destruída pela Revolução de 1910. De cinco em cinco anos, os missionários voltavam às mesmas paróquias e faziam Baptismos, Casamentos e preparavam para a 1.ª Comunhão e para o Crisma muitos jovens e adultos. Naturalizou-se português a 21 de Março de 1962.


OUTRAS DATAS DA SUA VIDA – Nasce na Holanda, em Batengurg, a 10 de Janeiro de 1904, mas comemorava o aniversário um mês depois, 10 de Fevereiro

Profissão Religiosa – 25 de Setembro de 1925 na Congregação dos Sagrados Corações, em Valkenburg (Holanda)

Ordenação Sacerdotal – 25 de Julho de 1930, na mesma cidade de Valkenburg

Primeira Santa Missa – 3 de Agosto de 1930, em Batenburg


ALGUNS FACTOS DA SUA VIDA - Antes de vir para Portugal, o seu anterior trabalho de missionário tinho sido na Alemanha junto a crianças judias, mas acabaria por ser expulso pelo regime nazi. Era uma pessoa extremamente bondosa e com clara vocação para lidar com crianças e jovens - motivo porque fundou um grupo de escuteiros ao qual se dedicava com grande entusiasmo nos intervalos das suas pregações.

Aliás, as pregações só começaram mais tarde, depois de ter aprendido a língua portuguesa. Nos apontamentos do Senhor Padre Gregório, foram registados, a seu cargo, mais de 10 000 Baptismo, 1 000 Casamentos regularizados, milhares de Crismas e uma lista infinda de Confissões. De facto, onde ele estava, eram muito grandes as filas, junto do Confessionário. As pessoas levantavam-se, libertas e felizes, porque ele próprio lhes tinhas relatado os pecados! Era uma pessoa extremamente bondosa e com clara vocação para lidar com crianças e jovens - motivo porque fundou e dirigiu em Moscavide um grupo de escuteiros ao qual se dedicava com grande entusiasmo nos intervalos das suas pregações. Aliás, as pregações só começaram mais tarde, depois de ter aprendido a língua portuguesa. As crianças e os jovens encontraram nele um grande amigo. Com um sorriso iluminado, cativava todos os que dele se abeiravam. Eram célebres os acampamentos, na zona do Oeste, onde ele tinha muitos amigos. Os mantimentos nunca faltavam. Junto das lagoas ou das praias, onde eles tomavam banho, via-se o Senhor Padre Gregório fardado e, na mão direita o Terço e, na esquerda, uma corda. Nas algibeiras fundas do seu hábito de religioso, havia sempre esmolas para todos os que a ele recorriam. Conta-se que, na Holanda, chegara uma tarde a casa, sem sapatos. É que tinha encontrado um homem que necessitava deles. É esse seu coração que o fez criar uma Obra para crianças pobres que tem o seu nome: OBRA DO PADRE GREGÓRIO. Vive da generosidade dos seus amigos, cujo número aumenta sempre.

Na sua vida de sacerdote incansável, o Servo de Deus multiplicava-se para a todos acudir, sem fazer acepção de pessoas, desde as mais modestas às que, neste mundo, eram consideradas as mais ilustres.

Assim, entre muitos, foi chamado a assistir religiosamente, na hora da morte, ao ex-Chefe de Estado, o general Craveiro Lopes (1951-1958) e ao Professor-Doutor Oliveira Salazar, tendo-lhes ministrado, a seu pedido, os Sacramentos da santa Igreja.


UM MILAGRE - Como era habitual, o Servo de Deus celebrava a Santa Missa na capelinha da casa de Maria da Purificação (junto a Moscavide). Certo dia, muito admirado, reparou em alguma coisa diferente que se passava na arrumação do altar que alterava a habitual disposição, a avaliar pelos vestígios encontrados, que revelavam que algum outro sacerdote, antes dele, tinha celebrado a Santa Missa. Ao perguntar à Maria da Purificação quem e qual o motivo porque tudo estava assim fora dos seus lugares, como é costume, a Maria da Purificação disse:

- Foi nosso Senhor que naquela noite (de 12 para 13 de Novembro de 1951) Ele próprio tinha celebrado a Santa Missa, tendo acrescentado “que tudo ficou assim para servir de prova ao teu Confessor”.

Este facto (que se repetiu) foi comunicado pelo Servo de Deus ao então Cardeal Cerejeira, Patriarca de Lisboa.

Também como testemunho da presença e intervenção de Jesus na Sua Santa Missa o cálice mantém ainda bem visível, no seu interior, cinco manchas do Seu Preciosíssimo Sangue.


DO SEU LIVRO “AS MINHAS MISSÕES” EM 25 de Agosto de 1963 – “Minha mãe dizia muitas vezes aos filhos: Perder alguma coisa, é nada! Perder todo o seu dinheiro, é alguma coisa! Perder a alma, é tudo perdido!”





fonte



 

Padre Gregório Verdonk que o Cardeal Patriarca de Lisboa - D. Manuel Cerejeira, tinha convidado para leccionar no Seminário

Diz-nos a história que nos finais dos anos 30 e década de 40 existiu um grupo no Seminário dos Olivais, fruto do trabalho do Padre Gregório Verdonk que o Cardeal Patriarca de Lisboa - D. Manuel Cerejeira, tinha convidado para leccionar no Seminário, tentando desta forma aumentar o nível de conhecimentos e qualificação dos futuros sacerdotes da Diocese. Assim surge o Grupo 146 - S. José , formando muitos jovens ler...

Lar de Crianças e Jovens Obra do Padre Gregório

Lar de Crianças e Jovens Obra do Padre Gregório



A Obra Padre Gregório é uma I.P.S.S., com os seus Estatutos publicados no Diário da República nº 241-III Série, de 20 de Outubro de 1981, que nasceu fruto do coração generoso e afável do Revdmo. Senhor Padre Gregório Verdonk, Missionário Holandês da Congregação dos Sagrados Corações. Condoído com as situações extremas de abandono e miséria moral e material, com que era quase diariamente confrontado, sentiu-se impelido a recolher e proteger as crianças vítimas principais e mais indefesas de todas as tragédias familiares e sociais. Assim começou a sua Obra, particularmente vocacionada para as crianças e jovens do sexo feminino.

Actualmente acolhe 29 crianças e jovens que vivem em regime
 

Pe. Gregório Verdonk ficou sobejamente conhecido por seu carisma de confessor e guia de almas.

As missões populares em Lisboa (1939-1967)

O Sr. Patriarca pediu aos padres dos SS.CC. (Província de Holanda) para uma outra missão: a de espalhar o Evangelho nas áreas urbanas e rurais do Patriarcado. Em 30 de Janeiro de 1939 chegaram três padres, Pe. Gregório Verdonk, Pe. Bernardo Van den Aardweg e Pe. Ansfrido van de Vem. O primeiro ficou sobejamente conhecido por seu carisma de confessor e guia de almas. As missões populares prolongaram-se por mas de um quarto de século.
 

O Padre Gregório era holandês e chegou a Portugal aí por volta de 1939, pouco após o início da 2ª guerra mundial.

Ao consultar um roteiro da cidade de Lisboa, foi com grande surpresa que encontrei uma rua com o nome de um grande amigo meu - facto que de todo desconhecia. Rua Padre Gregório Verdonk. Fica ali para os lados do Areeiro. junto à Rua Alves Torgo,


Quem durante os anos quarenta e cinquenta, morando em Moscavide, não conheceu ou não ouviu falar do Padre Gregório, não o visitou, não lhe pediu um favor, um emprego, uma benesse uma palavra amiga? Creio que muito pouca gente.


O Padre Gregório era holandês e chegou a Portugal aí por volta de 1939, pouco após o início da 2ª guerra mundial. Tinha eu, portanto, 10 anos e ele quantos? Como sempre acontece 0s garotos têm tendência para considerar” velho” toda e qualquer pessoa adulta e eu não fui uma excepção à regra. Foi assim que sempre vi o Padre Gregório. Hoje, pensando nisso, tenho de concluir que ele devia ser ainda bastante jovem, não tendo talvez (se é que tinha) mais de trinta anos Chegado a Portugal como disse, juntamente com outros padres da sua Ordem - a Congregação dos Sagrados Corações , ou “Padres Brancos”, como lhe chamavam por ser essa a cor das suas vestes, instalou-se no Seminário dos Olivais, onde por essa altura, quase todos os professores eram estrangeiros.


Mas o Padre Gregório não veio como professor. Ele era uma espécie de missionário que ia pelas terras sem pároco pregando e espalhando a fé que professava - o que fazia com grande empenho e óptimos resultados, ao que julgo. Ao que me consta o seu anterior trabalho de missionário teria sido na Alemanha com as crianças judias, mas acabara por ser expulso pelo regime nazi. Era uma pessoa extremamente bondosa e com clara vocação para lidar com rapazes - motivo porque fundou um grupo de escuteiros ao qual se dedicava com grande entusiasmo nos intervalos das suas pregações. Aliás, se bem me lembro, as pregações só começaram mais tarde, depois de aprender a língua portuguesa -

o que ele fez principalmente com o convívio da rapaziada que nem sempre lhe ensinava o português mais adequado, com consequentes situações embaraçosas, por vezes.


É claro que eu fui um desses escuteiros, com muita honra e proveito. Foi um tempo muito bonito da minha vida, que recordo com grande saudade e que, em alguns aspectos marcou profundamente o meu caracter e a minha maneira de estar na vida, designadamente no que se refere à lealdade, pontualidade, convivência e grupo, respeito pela palavra dada.

Antes de estar tão embrenhado nas suas saídas de pregação o bom do Padre Gregório estava sempre disponível para a rapaziada: organizava jogos, excursões, passeios, e franqueava-nos, quase diariamente a belíssima quinta do Seminário, onde jogávamos à bola, utilizávamos como piscina o seu maior lago, fazíamos jogos escutistas, pintávamos a manta.


Mas o melhor eram os frequentes acampamentos que nos proporcionava em quintas maravilhosas de gente rica, com capelas privativas, que faziam questão em agradar ao bondoso padre, que aos poucos começou a ganhar fama de santo e - sobretudo a quem é rico e pode - dá sempre muito jeito ter um santo assim por perto.


O que mais nos agradava era o grande acampamento de verão que durava todo o mês de Agosto. O primeiro foi na Roliça e todos os outros em Torres Vedras na Quinta das Fontaínhas. Era uma aventura. Todo o percurso de ida e volta para tais locais era feito a pé, puxando uma carrocinha com a tralha toda e víveres, e acampando pelo caminho, em várias etapas.

Oh, belos e descuidados tempos da minha adolescência! Como era doce o fluir do tempo!


* * *

Depois o Padre Gregório começou a passar mais tempo fora nas suas pregações, passou a ter menos tempo para nós até que deixou de residir no Seminário dos Olivais, passando a morar na Penha de França em instalações que a sua Congregação criou para albergar os diversos membros existentes em Portugal, até que, aí por meados da década de cinquenta, de todo nos deixou. Depois disso vi-o , numa visita de cerimónia que me fez em minha casa, quando saí da prisão em Abril de 1959 e duas vezes em encontros organizados pelos antigos escuteiros do seu e nosso Grupo, a última das quais no Natal de 1960.

E nunca mais o vi.

Foi como se para nós (pelo menos para a maioria de nós) tivesse morrido


Entretanto, a sua fama de santo ia aumentando. Chegavam-me ecos de “milagres” que teria feito aqui e além. Passou a ser objecto de adoração das beatas e coqueluche de gente bem. Será que o Padre Gregório acreditava mesmo nesses milagres e estimulava essa crença? Só sei que ele já não era a mesma pessoa que eu tinha conhecido e falar com ele era quase tão difícil como falar com o Papa. Foi sempre muito estranha para mim esta metamorfose.

O santo homem que eu conheci era bem melhor do que o “santo” das beatas e ornamento de casas ricas em que se tornou.


Sei que, passou a ser confessor de Salazar, pelo menos nos últimos anos da vida do ditador, e que terá morrido a meio da década de oitenta, não sei exactamente quando.



Foto publicada no Diário de Notícias de 18 de Setembro de 1968,
à saída de uma visita ao enfermo professor Salazar, a quem prestava assistência espiritual


Agora, longe da sua pátria, onde obviamente ninguém o deve conhecer, pois aqui passou e trabalhou a maior parte da sua vida, é nome de rua o padre holandês que aqui chegou cheio de entusiasmo pela acção - que ele obviamente considerava missionária - junto dos rapazes e que tão gratificantes recordações me deixou desses tempos.

O Santo, não me diz nada, mas o Homem, permanece na minha memória como uma das pessoas mais bondosas e afáveis que me foi dado conhecer.

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Correcção

Contrariamente ao que eu pensava, informa-me um visitante do meu site - também ele grande admirador do padre Gregório - que também na Holanda ele era muito conhecido, tendo sido condecorado pela rainha, pouco antes do seu falecimento
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Mais me informa este visitante que o Padre Gregório nasceu em 10 de Janeiro de 1904 (é curioso, pois ele comemorava o seu aniversário natalício em 10 de Fevereiro) e faleceu em 10 de Janeiro de 1980


Padre Gregório Verdonk



PADRE GREGÓRIO VERDONK...





O Padre Gregório nasceu em 10 de Janeiro de 1904 (é curioso, pois ele comemorava o seu aniversário natalício em 10 de Fevereiro) e faleceu em 10 de Janeiro de 1980
O Padre Gregório era holandês e chegou a Portugal aí por volta de 1939, pouco após o início da 2ª guerra mundial. Chegado a Portugal como disse, juntamente com outros padres da sua Ordem - a Congregação dos Sagrados Corações , ou “Padres Brancos”, como lhe chamavam por ser essa a cor das suas vestes, instalou-se no Seminário dos Olivais, onde por essa altura, quase todos os professores eram estrangeiros.

Mas o Padre Gregório não veio como professor. Ele era uma espécie de missionário que ia pelas terras sem pároco pregando e espalhando a fé que professava - o que fazia com grande empenho e óptimos resultados. Ao que me consta o seu anterior trabalho de missionário teria sido na Alemanha com as crianças judias, mas acabara por ser expulso pelo regime nazi. Era uma pessoa extremamente bondosa e com clara vocação para lidar com rapazes - motivo porque fundou um grupo de escuteiros ao qual se dedicava com grande entusiasmo nos intervalos das suas pregações. Aliás, as pregações só começaram mais tarde, depois de aprender a língua portuguesa -